2a SEMANA DO TEMPO COMUM — SEGUNDA-FEIRA
Primeira leitura Da Carta de São Paulo aos Romanos 5,1–11 A justificação do homem por meio de Jesus Cristo 1Irmãos, tendo sido, pois…
Primeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Romanos 5,1–11
A justificação do homem por meio de Jesus Cristo
1Irmãos, tendo sido, pois, justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, 2por quem tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 3E não é só. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, 4a perseverança uma virtude comprovada, a virtude comprovada a esperança. 5 E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6Foi, com efeito, quando ainda éramos fracos que Cristo, no tempo marcado, morreu pelos ímpios. — 7Dificilmente alguém dá a vida por um justo; por um homem de bem talvez haja alguém que se disponha a morrer. — 8Mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores. 9Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10Pois se quando éramos inimigos fomos reconciliados com Deus pela morte do seu Filho, muito mais agora, uma vez reconciliados, seremos salvos por sua vida. 11E não é só. Mas nós nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem desde agora recebemos a reconciliação.
Responsório Rm 5,8–9
R. Mas Deus demonstra seu amor para conosco
* Pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores.
V. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue,
seremos por ele salvos da ira.
* Pelo fato de Cristo.
Segunda leitura
Dos “Tratados sobre o Evangelho de João”, de Santo Agostinho, bispo
(Disc. 32,9)
(Séc. V)
Por meio da caridade, desatemo-nos deste
mundo e fixemos nossa morada no céu
Como a caridade de que falamos depende do Espírito Santo, escuta o que diz o Apóstolo: O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que foi-nos dado (Rm 5,5).
Por que o Senhor quis conceder-nos o Espírito, que nos proporciona os maiores benefícios, somente após a sua ressurreição? Por meio dele, com efeito, a caridade de Deus é infundida em nossos corações. O que quis ensinar-nos? Que o nosso desejo, à espera da nossa ressurreição, seja ardente, separando-nos das coisas deste mundo e orientando-nos rumo a Deus. Aqui nascemos e aqui morremos: não nos agarremos, portanto, a esta vida. Desatemo-nos por meio da caridade com que amamos a Deus e procuremos alcançar a pátria celeste.
Durante nossa peregrinação terrestre, pensemos constantemente que não viveremos aqui, por toda a eternidade. Assim, graças a uma vida santa, prepararemos o lugar de onde nunca mais seremos afastados. Jesus Cristo nosso Senhor, ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte — diz o Apóstolo — não tem mais domínio sobre ele (Rm 6,9).
Eis aquilo que devemos desejar. Se vivermos e se acreditarmos naquele que ressuscitou, ele nos dará não aquilo que, nesta vida, é desejado por quantos não amam a Deus, tanto mais desejado quanto menos Deus é amado.
O que é que Deus nos prometeu? Certamente não riquezas terrenas e temporais, honras e poderes deste mundo. Tudo isso é concedido também aos malvados e não é tido em conta pelos homens bons. Tampouco a própria saúde corporal, que ele concede também aos animais. Tampouco uma vida longa. Que vida é tão longa que, em determinado momento, não deva cessar? Tampouco prometeu, a nós que cremos nele, longevidade ou uma longa velhice, que todos desejam, antes que chegue, e de que nos queixamos, após sua chegada. Tampouco a beleza corporal, frustrada pela doença ou pela suspirada velhice. As ambições da beleza e de uma longa velhice são discordantes. Se tu alcançares a velhice, não mais serás belo: não podem coexistir o vigor da beleza e o gemido da velhice.
Não nos prometeu tudo isso aquele que disse: Quem tem sede venha a mim e beba. Quem crê em mim, conforme a palavra da Escritura, rios de água viva jorrarão de seu seio (Jo 7,37–38). Deus, antes, prometeu-nos a vida eterna, em que não teremos mais nada a temer, em que não haverá mais perturbações nem motivos para dela sermos afastados. Na vida eterna, não mais morreremos, não mais choraremos os mortos nem mais suspiraremos quem chegue.
A promessa feita àqueles que o amam e ardem de caridade no Espírito Santo é tamanha que nosso Senhor dignou-se dar-nos o Espírito somente após ter sido glorificado, para mostrar-nos, em seu corpo, a vida que ainda não temos, mas que esperamos obter após a ressurreição.
Responsório Rm 7,6; 5,5
R. Agora, porém, fomos libertados da Lei,
tendo morrido para o que nos mantinha cativos.
* E assim podermos servir na ordem nova do espírito
e não na velha ordem da letra.
V. O amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que foi-nos dado.
* E assim podermos
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.